quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Santiago

De San Pedro de Atacama para Santiago são 1670km.
De manhã cedo já estávamos no ônibus para irmos à cidade de Calama (100km) de onde pegaríamos um avião para Santiago.
A 1a, vez que estive no Chile foi em 2005, para fazer a travessia dos lagos andinos.
Já naquela época impressionei-me com a qualidade dos ônibus intermunicipais chilenos: extremamente confortáveis, de dois andares, cadeira grande e reclinável, cobertores e travesseiros ensacados à disposição dos passageiros. No passeio dos lagos, como passei a noite em um ônibus, lembro que até lanche foi servido.
O ônibus para Calama foi do mesmo jeito. Como a viagem era curta, não teve lanche. E baratíssimo: R$ 10,00 por pessoa.
Em Calama (cidade até grande), pegamos um voo de 2 horas para Santiago pela Sky Airlines (www.skyairline.cl).
Havia estado em Santiago em duas ocasiões, em 2005, quando fiz o excelente passeio pelos Lagos Andinos e em 2010, quando fui correr a Meia Maratona em abril.
Dessa vez optei por ficar hospedada no bairro da Providência (Hotel Don Santiago), um bairro residencial, bem próximo ao famoso Pátio Bella Vista, onde concentra-se a vida noturna da cidade.


Bairro Providência

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

San Pedro de Atacama - Chile


No caminho para San Pedro de Atacama, o motorista do ônibus distribuiu aqueles papéis que temos que preencher para passar pela imigração e foi logo dizendo que não podíamos entrar no Chile com frutas, sucos, comidas não industrializadas e folhas de coca. Foi um "rebuliço" de todos comendo o que tinha sobrado da viagem e livrando-se (ou escondendo, em alguns casos) as folhas de coca.

Logo que chegamos a SPA e o ônibus parou para passarmos pela imigração, a transformação Bolívia/Chile foi flagrante.
Apesar de SPA ser uma cidade pequena, no meio do deserto, de conservar suas ruas estreitas, de areia e casas de barro, logo na imigração a mudança de país foi sentida, com esteiras de raio x para as bagagens  e computadores para nos receberem.
Saímos da Boívia e estávamos no Chile.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Bolívia

Apesar de ter lido muita coisa sobre a Bolívia antes da viagem, o país foi uma encantadora surpresa pra mim. Os 3 dias passados no salar, com suas belas paisagens, serão inesquecíveis. As outras cidades também valeram a pena.
O país é pobre (o mais pobre da América do Sul), mas de um colorido vivo. Tudo é muito colorido.
Os carros são velhos. Alguns ônibus têm inscrições em japonês e foi por isso que descobri que 90% da frota de automóveis na Bolívia são de “médio uso”, como eles chamam: carros usados que chegam ao país principalmente do Japão. 
São de “médio uso” também os eletrodomésticos e até as roupas. Lá existem poucas indústrias.

As pessoas são simpáticas e prestativas. Em Santa Cruz de La Sierra achei os taxistas meio grosseiros, mas no geral o povo é simpático.
A região por onde andei é bastante turística então, do uso de um simples banheiro sem nenhuma estrutura a uma foto, tudo é pago.
No salar, em uma parada em um banheiro, tinha um garoto recebendo a "entrada". Quando fui tirar uma foto, por ser bastante um banheiro bastante "rústico", o garoto imediatamente falou que fotos do "baño" não eram permitidas. ??????

Uma coisa os bolivianos parecem com os cearenses: mania de som alto.
Como faço em Fortaleza, cheguei a desistir de restaurantes por conta de som alto, seja de TV ou música (as vezes os dois ao mesmo tempo).Em alguns dava pra pedir pra baixar um pouquinho. Em outros, voltava da porta.
Os taxis também sempre estavam com o volume do som alto e, no ônibus que peguei de Potosi pra Uyuni, por sorte levei meus protetores de ouvido usados na natação. Somente assim pude amenizar 5 horas e meia de som estridente.

Outra coisa que me chamou atenção foi a quantidade de crianças.
Em todos os lugares existem muitas criança e as mães sempre estão acompanhadas de algumas no seu local de trabalho (talvez por ter sido época de férias escolares).

Sobre a altitude, felizmente não sofri como imaginei que sofreria. Dor de cabeça no 1o. dia em Potosi, a mais de 4000 m de altitude, foi tudo que tive. O cansaço e o coração disparado ao subir ladeiras ou escadas, além de serem normais, não chegam a incomodar. Queria muito ter experimentado correr, mas o máximo que fiz foi um trote de dois quarteiros em Sucre (2800m altitude) pra ver como me sairia e não senti cansaço. Mas acho que não valeu porque foi ladeira abaixo.... Na próxima vez faço um teste de respeito.
Na volta pra Fortaleza, o avião já quase baixando,  vi na tela que estávamos a 3.300m. Olhei pra baixo e vi somente pequenos pontos de luz e só então me dei conta de como fui alto! Dormi em altitude de 4200m e cheguei até os 5mil! Mais da metade do topo do mundo, já que o Everest tem quase 9000m de altitude. Alto demais!

Tudo na Bolívia foi maravilhoso e inesquecível. Tanto, que o mais difícil pra mim ao escrever sobre a viagem, foi escolher quais fotos colocar nesse blog. Portanto, seguem abaixo mais algumas fotos desse país.
Agora falta conhecer um pouco do norte, La Paz e lago Titicaca..... Chego lá!

PS: apesar de não terem me pedido na imigração, quem estiver pensando em ir pra Bolívia, é bom saber que a vacina contra a febre amarela (e o cartão internacional da ANVISA) é obrigatória, devendo ser tomada com no mínimo 10 dias antes de sua chegada no país. 


"Cholita" com seu bebê

domingo, 8 de janeiro de 2012

Salar de Uyuni - Parte II

2o.dia
Acordamos cedo, tomamos café e saímos às 7 horas.
O salar tinha ficado pra trás e a partir de agora a paisagem era desértica, seca.


Pose para fotos

Com uma hora e meia de viagem demos uma pequena parada num povoado chamado Don Juan, para quem quisesse ir ao banheiro (sempre pagos. Entre 1 e 3 bolivianos – menos de 1 real).
Chegamos então a um local chamado Red Planet, por parecer a superfície do planeta Marte: solo vermelho e arenoso de larvas vulcânicas.



  

A única planta que sobrevive ao deserto

Meio dia paramos para almoçar em frente a um lago onde havia muitos flamingos.


Preparando nosso almoço
 Assim como a gente, contei 17 carros que, como nós, pararam e pegaram a comida já preparada pelos motoristas, almoçando ali mesmo, sentados em alguma pedra ou no chão, tendo por paisagem o lago, os vulcões e os flamingos.


Todos se ajeitando para almoçar
Visual enquanto almoçávamos

  
Após o almoço, pequena parada para vermos a Árvore de Pedra e então, depois de cada um pagar uma taxa de Bs 150 (R$ 37), entramos na Reserva Eduardo Avaroa, área de proteção principalmente de flamingos e vicunãs (parecidos com lhama).


Árbol de Piedra
É dentro da reserva que se encontra a Laguna Colorada, que tem uma cor avermelhada por causa das algas.


Laguna Colorada

 O 2º. dia terminou mais cedo e às 16:30h chegamos ao nosso alojamento, dessa vez com quartos e banheiros coletivos e com a presença de outros grupos. Banho nem pensar e, nosso grupo de 6 dormiu cedo, todos no mesmo quarto. 
A única mordomia dessa parada foi um saco de água quente para colocarmos nos pés,  dado pelo nosso guia a cada um de nós.
Apesar disso, foi uma dormida atrapalhada pelas profundas respirações de todos em busca de um pouco mais de ar, uma vez que o alojamento ficava a uma altitude de 4200 metros.


Alojamento do 2o. dia
Nosso quarto conjunto

3º. Dia
Acordamos às 4 horas da manhã e às 5, sem ter tempo para café, saímos ainda no escuro para vermos os gêiseres.


Nos preparando no escuro para sairmos
 Geiser é um fenômeno raro, uma nascente termal que entra em erupção, lançando uma coluna de água quente e vapor para o ar. Temos que ir ver esse espetáculo logo cedo porque, quanto mais frio for o ar externo, mais condensado o vapor de água fica.



Eu, pulando sobre o geiser
 E é mesmo um espetáculo! O sol já tinha nascido, o clima estava frio e nós ficamos andando ao redor de poças de lavas vulcânicas borbulhando, colunas de vapor quente (chegam a atingir 90º.C) e um cheiro forte de enxofre no ar. Mais um momento surreal.





Bem ao lado, um pequeno restaurante comunitário onde todos os carros pararam para tomarmos café da manhã e onde, em frente, havia uma “piscina” com água termal, e que os “malucos” caíram dentro, apesar do vento congelante que havia fora.


Eu, morrendo de frio e os loucos na água!
Após o fenômeno dos gêiseres passamos rapidamente pelo que eles chamam de Deserto de Dali (a paisagem teria inspirado Salvador Dali em sua obra). Os rapazes belga e inglês, tiraram fotos com o gorro do Papai Noel para mandarem às suas famílias, já que passariam as festas natalinas longe de casa.
Nesse momento passamos por um casal de ciclistas. Fiquei duvidando se eles estavam mesmo fazendo todo aquele trajeto que fazíamos de carro, pedalando naquele sol quente, no meio do nada e sem nenhum socorro caso acontecesse algum problema. Muita coragem. Ou loucura.
Logo depois paramos em uma lagoa verde com o vulcão Licancabur ao fundo e uma paisagem magnífica. Lindíssimo!


Papai Noel belga perdido no Deserto de Dali
Lagoa Verde e o imponente Licancabur
Nosso grupo de viagem
 O passeio do lado boliviano acabou e rumamos para a fronteira com o Chile, onde fizemos a imigração numa “biroscazinha” (temos que pagar uma taxa de Bs 15,00 – R$ 4,00 - para deixarmos o país) no meio do deserto e pegamos o ônibus para San Pedro do Atacama, a 47km de distância.

Posto de fronteira da imigração boliviana

Um pé na Bolívia e outro no Chile



Link:

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Salar de Uyuni - Parte I

Situado nos andes bolivianos, a cerca de 3.800 metros de altitude, o Salar de Uyuni é um imenso deserto branco, feito de puro sal, com mais de 12.000 Km² (120 km x 100km de extensão e 120 metros de profundidade), rodeado pela cordilheira dos Andes e vulcões.
O salar foi formado há milhões de anos, pela evaporação das águas de um enorme lago, que por sua vez era braço do mar e que secou devido às altas temperaturas e à falta de chuva. A origem do sal também pode ser explicada pelas constantes erupções vulcânicas na área.

A 1a. vez que ouvi falar do salar de Uyuni foi por meu irmão, que lá esteve há 10 anos. Ele me falou que esse salar está entre os 3 maiores espetáculos da natureza que ele já tinha visto.
Comecei então a pesquisar na internet sobre esse “espetáculo” e, à medida que lia os relatos e via as fotos, fui apaixonando-me e aumentando minha vontade de conhecê-lo.
Nós, cearenses, na grande maioria, somos comodistas quando viajamos. Adeptos - nessa ordem -  do turismo consumista nos EUA, da Europa (que é linda mesmo) e, quando se fala em América do Sul, não passamos da Argentina e do Chile, e mesmo assim de suas cidades mais cosmopolitas.
Turismo na Bolívia e em outros países da América do Sul, nem pensar!
E o roteiro do Salar é um roteiro mochileiro mesmo.
Turismo pra ver natureza que, felizmente, por encontrar-se totalmente isolada, é de difícil acesso, sem luxos e comodidades, além do inconveniente da altitude.

Já havíamos comprado a passagem de ônibus no dia anterior e, no horário marcado fomos para a rodoviária de Potosi.


Rodoviária de Potosi