quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

San Pedro de Atacama - Chile


No caminho para San Pedro de Atacama, o motorista do ônibus distribuiu aqueles papéis que temos que preencher para passar pela imigração e foi logo dizendo que não podíamos entrar no Chile com frutas, sucos, comidas não industrializadas e folhas de coca. Foi um "rebuliço" de todos comendo o que tinha sobrado da viagem e livrando-se (ou escondendo, em alguns casos) as folhas de coca.

Logo que chegamos a SPA e o ônibus parou para passarmos pela imigração, a transformação Bolívia/Chile foi flagrante.
Apesar de SPA ser uma cidade pequena, no meio do deserto, de conservar suas ruas estreitas, de areia e casas de barro, logo na imigração a mudança de país foi sentida, com esteiras de raio x para as bagagens  e computadores para nos receberem.
Saímos da Boívia e estávamos no Chile.




A cidade está localizada em uma região chamada de Antofagasta, em pleno deserto do Atacama, que é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo e fica a uma altitude de 2400m.
É um oásis e, como nos desertos, o clima geralmente é muito quente durante as manhãs e frio nas noites.
A cidade, como já disse, é pequena, mas bastante agitada por ser extremamente turística. É muito lindinha, com suas ruas pequenas, de areia e casas também (aparentemente) pequenas, a maioria feita de adobe.




Digo "aparentemente" porque pela fachada, pensa-se que a casa é pequena, mas quando se entra, vê-se um interior com um pátio grande, arejado,  e com  plantas.
Assim são muitos restaurante e assim era nosso hotel.


Pátio do hotel
A mudança de país também é sentida no preço. Saímos dos baixos preços da Bolívia e entramos nos preços do Chile, ainda mais de uma cidade turística.
Durante o dia não há muito o que fazer, em compensação, existem inúmeros passeios de 1 dia ou mais, pela região.
Muitas agências de turismo vendendo esses passeios, alugando bicicleta, pranchas de sand board, passeios de cavalo. Só fica em San Pedro parado quem quiser.
Logo que chegamos, almoçamos no restaurante do hotel e fomos de prato típico: empanada e pastel de choclo, que do "nosso" pastel não tem nada. É uma comida servida numa panelinha de cerâmica, tipo uma papa doce de milho com ovo e frango.


Empanada, pastel de choclo e uma Cristal

Chile!
No restante do dia passeamos pela cidade, que possui uma pracinha e a linda Igreja de San Pedro.


Igreja de San Pedro

Pracinha da igreja

Hora da siesta no calor do deserto
No 2o. dia pela manhã visitamos um sítio arqueológico pré colombiano que fica a 3km da cidade, chamado Pukará de Quitor. Apesar de em SPA haver vários locais para alugar bicicletas, como era perto, resolvemos ir à pé.
O local fica em um morro. Existe um pequeno museu ao lado e o bonito mesmo é a vista que se tem dos vales e vulcões, principalmente o Licancabur sempre imponente, visto de vários locais da cidade.


Pukará de Quitor
SPA e o Licancabur ao fundo
Como já tínhamos visto no lado boliviano as lagoas, vulcões, gêiseres, o salar (esses passeios existem também em SPA), optamos por fazer um tour ao Vale de La Luna e conhecer um pouco o deserto.
Com saída somente às 16 horas, o passeio foi feito em um microônibus com ar condicionado.
A 1a. parada foi no Vale da Morte (o mais bonito), que é um local arenoso e montanhoso, tipo um canyon, onde há milhares de ano existiu água. Tem esse nome por ser quase inexistente a vida nesse local.


Deserto

Dali fomos para o Vale de La Luna, que é mais uma região do deserto com depressões, cavernas e dunas, onde as pessoas (assim como no Vale da Morte) praticam sand board.
Parecem as dunas do nosso Ceará, mas quando chega a hora de subi-las, a 2400m de altitude..... Pense no esforço!  Muitos turistas resolvem ficar embaixo, só apreciando, enquanto os mais dispostos enfrentam as dunas e a altitude.


A duna assassina
Por último, nosso grupo e mais vários outros, parou na Cordilheira do Sol para vermos o por do sol, isso às 8 horas da noite.
A Cordilheira, com sua imensidão, é muito bonita, mas o por do sol... Bem, foi só uma decepçãozinha, pois imaginei que o sol ao se por no deserto seria uma grande bola laranja, mas não teve nada de diferente, além de, ali no meio do deserto eu torcer pra que ele (o sol) fosse logo embora pra gente voltar pro ônibus, tamanho era o vento frio àquela hora.
Ao voltarmos pra cidade, ainda claro e de dentro do ônibus, foi que a definição para a palavra oásis se materializou para mim. De longe se pode ver que San Pedro é o único local verde ao redor daquele mundão seco e árido do deserto.


Oásis
Para quem tinha acabado de chegar da maravilha do tour pelo Salar, digamos que o passeio valeu à pena para conhecer um pouco do deserto.


Enquanto que de dia a cidade é calma, a noite SPA ferve! As ruas ficam movimentadas e os bares e restaurantes, que são muitos, ficam cheios.
A cidade fica ainda mais bonita com a iluminação dos postes, aquelas ruazinhas cheias de gente.
Dia de lua cheia aquilo ali deve ser deslumbrante!







Eu gostei bastante de SPA. O único inconveniente que achei foi o fato de, como as ruas são todas de terra, o vento forte nos faz ficar totalmente empoeirados. Alguns restaurantes resolvem o problema "aguando" vez por outra a área em frente.
O clima por lá também é meio "estranho". Pela manhã cedo é frio. Logo aquece, mas, se você está em algum lugar sombreado, o vento frio pede um casaquinho. À noite, lá vem o friozinho, junto com o vento.
Mas a cidade e seus arredores é algo especial que vale a visita.






Um comentário:

Anônimo disse...

Lia,

excelente o testemunho!
E esse Vale de la Luna.... Que coisa bonita!

E o pastel do choclo, era bom??

Ivan