quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Belém do Pará, a cidade das mangueiras - Dezembro/2015

Belém do Pará não era desconhecida para mim.




Estive na cidade pela primeira vez há uns bons anos, com meus pais, mas dessa época não guardo muitas lembranças.
Já na segunda vez, em 2001, cheguei inclusive a ter planos de morar uma temporada, permanecendo por lá um mês.
Houve dois fatos muito marcantes dessa época. 

 
O primeiro foi que, em plena organização do que seria meu futuro apartamento, vi, estupefada, ao vivo e em cores, o avião se espatifar no momento exato sobre a segunda Torre Gêmea em Nova York.
O segundo foi um fato pessoal que muito me marcou e me fez pensar que nunca mais regressaria à cidade que tinha, em tão pouco tempo, me deixado boas impressões.

Fora esses dois momentos tão marcantes, o Pará, e consequentemente Belém, é lembrado por mim pelo açaí, pela Fafá de Belém, pela sua farinha, pela castanha do Pará, pelo cupuaçu, pelo carimbó do Pinduca, do Alípio Martins e da lambada do Beto Barbosa (atire a primeira pedra quem, “em anos passados” não dançou  o “Carimbó do Macaco” ou não cantou “quero gozar, a vida com você.....” hahahah. Bom demais!!!!).

Mas Belém é muito mais do que isso.

Como bem disse o Ricardo Freire, do blog que gosto muito, Viaje na Viagem, “Belém é a cidade mais incrível que o Brasil ainda não descobriu”.
Nada tão certo!

Belém, além da infinidade de sabores diferentes, passando pelos peixes de água doce (o filhote é meu preferido!), o famoso pato no tucupi, o tacacá e a grande variedade de frutos, recebeu este ano o título internacional de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco.


Fartura gastronômica


Com tanta diversidade na gastronomia, bons restaurantes por lá não faltam. Não tivemos tempo de conhecer todos, claro, mas indico demais os que fomos: Manjar das Garças, Point do Açaí, Remanso do Bosque, Lá em Casa, Roxi Bar e Restô do Parque.
Parênteses aqui para a sorveteria Cairu, com várias lojas pela cidade e um dos sorvetes mais gostosos que eu já provei!

E pontos turísticos? Só o Ver-o-Peso?
Nada disso.

O Ver-o-Peso, considerado o maior mercado ao ar livre da América Latina, sem dúvida nenhuma continua sendo uma atração imperdível.


As torres do Mercado de Ferro, que faz parte do Ver-o-Peso
Eu adorei passear pelas ruas estreitas entre as suas barraquinhas, que parece mais uma loja de departamentos: tem a parte das frutas, a das farinhas, a das castanhas, a das raízes e “gororobas” pra tudo quanto é dor e mandinga, a dos artesanatos, a dos peixes....
Enfim! Pra quem gosta de mercado é um prato cheio!

Continuando pelo centro, em um quadrilátero ao lado do mercado ficam a bonita catedral, a Casa das Onze Janelas, casarão de um antigo senhor de engenho e o Forte do Presépio (ou Forte do Castelo), local com visual muito bonito.


Visual do Forte do Castelo

Mas Belém tem também, e isso já há algum tempo, a Estação das Docas.
Situado na Baía do Guajará,  o local antes era parte do Porto de Belém e foi revitalizado, virando um lindo complexo gastronômico e cultural, com bons restaurantes e bares, dentre eles o Amazon Beer, fabricante da cerveja artesanal local multi premiada e deliciosa, a base de bacuri, açaí, taperebá, etc.


Estação das Docas

O Mangal das Garças é um lugar lindo! Um parque ecológico com muita vegetação, aves soltas, camaleões, borboletário, orquidário, restaurante e um observatório de 47 metros de onde se tem uma vista de 360º de Belém.




Recentemente foi inaugurado o Portal da Amazônia, com a extensão de aproximadamente 1km na orla do rio Guamá. Aos domingos a pista é interditada para os carros e os patins, skates e pessoas tomam conta do espaço. Ao lado do Mangal, vale a pena uma passada. Fui rapidamente para um treino na manhã de terça feira.


Portal da Amazônia


Um espaço menor, de frente pra Baía do Guajará, o Ver-o-Rio também é uma boa opção para um bonito por do sol com barraquinhas de comidas típicas.


Ver-o-Rio

Eram tantos os passeios programados para Belém, que não foi possível incluir Marajó, a maior ilha fluvial do mundo, mas fomos a Icoaraci, distrito de Belém, distante  uns 20km da capital, de onde saem as balsas para Marajó e onde fica um polo das famosas cerâmicas marajoaras.


Por do Sol em Icoaraci

O Museu Emílio Goeldi estava tal e qual eu o vi em 2001, com plantas e árvores amazônicas e bichos, com a exceção de um local pra exposição. A que estava ocorrendo era sobre uma tribo indígena no Maranhão, bastante interessante. Tirando essa exposição, acho que foi o único passeio que achei que valeu a pena mais para as crianças mesmo.


Museu Emílio Goeldi
A antiga cadeia pública, em funcionamento até 2001, atualmente abriga outro espaço cultural com o Museu de Gemas do Estado e a Casa do Artesão. É o Espaço São José Liberto, com vários quiosques para adquirir joias, além de artesanato local.


Espaço São José Liberto


Não posso deixar de mencionar a Basílica de Nazaré, palco principal do Círio, que ocorre anualmente no mês de outubro, reunindo 2 milhões de pessoas, sendo a maior festa religiosa do Brasil.




Belém é tudo isso e com certeza é muito mais.
Cidade com cerca de 1,5 milhão de habitantes, ainda guarda em suas ruas bonitos casarões do ciclo da borracha. Alguns entregues ao descaso, mas outros bem cuidados e muitos servindo de sede a instituições públicas.
Juntamente com pracinhas que conservam seus coretos, achei bonito ver essa mistura de séculos pelas ruas e muito legal os belenenses preservando sua história.


Lindo coreto da Praça Batista Campos enfeitado para o Natal

A chuva na "cidade das mangueiras" (soube que são 5 mil. Quem as contou eu não sei. “Só sei que é assim”) é também famosa. Tinha ouvido que na cidade era comum a expressão “antes ou depois da chuva”, mas durante os dias em que lá estive, ela só apareceu uma vez e foi breve. Efeitos do aquecimento global.....

Belém foi um passeio maravilhoso não somente por todos esses atrativos que narrei, como pelo fato de tê-los aproveitado ao lado de irmão, cunhada, sobrinhas e minha caçula, excelentes companheiros de viagem e ainda por cima de ter tido a companhia do Rocha, amigo cearense que reside na cidade há alguns anos e que foi peça fundamental nessa minha REdescoberta de Belém. Obrigada pela hospitalidade, Rochinha.


Nossa trupe ciceroneada pelo rocha

E, Belém, foi tão bom que, mesmo já tendo feito minha corrida por lá,  voltar pra correr a prova do Círio até que seria uma boa.....

Dicas para quem vai:

Hotel:
ficamos no Atrium Quinta das Pedras, hotel muito bom, vizinho ao Mangal das Garças.

Época de ir:
é certo que a chuva de Belém é conhecida, mas procure pelo menos não ir no inverno (janeiro a junho) pra não correr o risco de não poder nem sair do hotel.

Restaurantes:
Manjar das Garças: fica no Mangal das Garças. No almoço é buffet com comidas paraenses e outras, além de sobremesa. É caro, mas o ambiente é muito agradável e quando fomos tinha música ao vivo.
Point do Açaí: situado em frente à Estação das Docas em um lindo casarão antigo. Mais uma vez ficamos na comida paraense, regada a açaí (claro!) e achei tudo uma delícia!
Roxy Bar: apesar da tradição de 25 anos, é um bar/restaurante descolado e “da moda”. Comida muito boa.
Remanso do Bosque: comida mais sofisticada com ingredientes da Amazônia, sob o comando do chef Tiago Castanho. Imperdível.
Lá em Casa: situado na Estação das Docas, bom local pra provar o tacacá ou peixes locais, apreciando a Baía do Guajará
Restô do Parque: buffet a quilo, fica pertinho da Basílica de Nazaré e do Museu Emílio Goeldi. Além de comida gostosa, vale pela visita ao local que já foi residência oficial de governadores do estado.


Mais fotos:



Nossa recepção em Belém: carimbó na Estação das Docas


Tacacá


Provando o tacacá












Interior do Forte do Presépio


Vista do Ver-o-Peso, a partir do Forte do Presépio 





Catedral








Hora da sesta



Barraca de frutos no Ver-o-Peso






Mercado de peixes no Ver-o-Peso


As ervas e garrafadas







Tem pra tudo!


A castanha do Pará dentro de seu coco




Descascando


E pronta!


Setor das refeições no Ver-o-Peso


Mangal das Garças

Restaurante Manjar das Garças





Muito boa!



O famoso açaí in natura



Um camaleão imitando o outro

Borboletário do Mangal das Garças







Qual a de verdade?


Portal da Amazônia visto do mirante do Mangal das Garças

Restaurante Manjar das Garças visto do mirante 
Visão do borboletário com as garças em cima



Os camaleões roubando a ração das marrecas - Mangal das Garças









Museu Emílio Goeldi







Coreto na Casa do Governador (Restô do Parque)









Pato no tucupi, farinha do Pará e Maniçoba



Exterior do Restô do Parque (Casa do Governador)






Fachada de casarões antigos








Interior do Point do Açaí


Filhote com açaí



Orla de Icoaraci


Icoaraci




Portal da Amazônia













Enquanto uns remam....


Outros correm

 

Polo joalheiro






Filet Marajoara no Remanso do Bosque

Mais Filhote

Ver-o-Rio








Por do sol na Estação das Docas



Sorveteria Cairu. Delííícia!!!



Interior da Estação das Docas








Escuna que faz o passeio pela orla

Amazon Beer da Estação das Docas

Por do sol sempre lindo






Palco suspenso e itinerante no interior da Estação das Docas


Minha companheira de viagem


















6 comentários:

Anônimo disse...

Quem quiser conhecer Belém basta ser seu blog, você é uma guia turística Lia
Arnoldo

Unknown disse...

Olha... Acho que eu nunca havia lido uma postagem tão completa sobre Belém.
É de fazer fazer inveja à qualquer matéria turística feita por gente especializada no assunto.
Um Forte Abraço!!!
Volte sempre.

Anônimo disse...

Fiquei com inveja de não ter ido também.
Mas,um dia retornarei com mais calma,para apreciar tudo isto.
Pai

Anônimo disse...

Fiquei com inveja de não ter ido também.
Mas,um dia voltarei a Belém para rever todas essas maravilhas.
Os comentários estão maravilhosos.
Beleza pura.
Pai.

Unknown disse...

Além de sua formação acadêmica em turismo, você tem uma facilidade incrivel em descrever suas viagens e corridas de forma leve e atraente! Parabéns!

Correndo o Mundo disse...

Eita Rocha !!!! Agora fiquei orgulhosa com o elogio!
Obrigada e beijos
Lia