sexta-feira, 31 de agosto de 2018

O que fazer em Assunção, capital do Paraguai (agosto/2018)


Fazer turismo no Paraguai não é lá muito “usual”. No máximo, no máximo, quem vai em Foz do Iguaçu aproveita para atravessar a fronteira e comprar alguma coisa da Ciudad del Este. As famosas muambas do Paraguai.

Agora, ir pra Assunção, capital do país, já é bem mais raro.
A não ser, claro, que você tenha uma meia maratona pra correr e algumas milhas para comprar as passagens... 😁 Foi meu caso!

E o que tem para se conhecer turisticamente em Assunção? Sério mesmo? Bem pouca coisa.... O centro histórico é pequenino e em um dia dá pra fazer o roteiro completo.
Fora do centro, avenidas mais afastadas com um trânsito sempre engarrafado mas que para um turista não sugerem nenhum  interesse. A não ser que se goste de shopping. Em razão da minha corrida, precisei ir no maior shopping da cidade, o Del Sol que é horizontal, bonito e possui lojas de grifes famosas. Quase em frente a ele, outro shopping bonito e moderno, o Paseo La Galeria, mas nesse eu não entrei.

Voltando ao centro.

O roteiro pode ser iniciado pela região mais central, na Plaza de La Democracia, que fica colada à Plaza de La Libertad. São praças pequenas, com boas opções de compras de artesanatos. Destaque para o belíssimo Ñaduti, uma renda colorida e delicada, criada pelos índios guaranis.


Ñaduti


Garrafas para o tererê

Ao lado delas, no Panteón Nacional de Los Heroes, bonito local guardado por guardas que de tempos em tempos são substituídos por outros com toda aquela encenação militar, é onde estão os restos mortais de ex presidentes paraguaios, dentre eles Solano Lopez, muito conhecido por nós brasileiros quando estudamos a Guerra do Paraguai, que por sinal, lá é chamada de Guerra da Tríplice Aliança (pra quem não lembra, entre 1864 e 1870, a luta foi entre o Paraguai e os três que se uniram do lado contrário, Brasil, Argentina e Uruguai).


Panteon

A urna à esquerda é a que contém os restos mortais de Solano Lopez

Bem em frente ao Panteón, na rua Palma, que é a mais importante  do centro, fica o Lido Bar, tradicional restaurante da cidade onde pode-se  comer algo típico, no meu caso, fui de sopa paraguaia, que de sopa não tem nada, é uma espécie de bolo salgado feito de milho e queijo. Para acompanhar, pode ser a cerveja local, a Pilsen.

Sopa Paraguaya


Depois da sopa, o passeio pode continuar até o Museu Casa de La Independência. Nessa casa antiga foi onde os conspiradores reuniram-se planejando a independência do país, que se deu no ano de 1811. No seu interior, objetos contando um pouco dessa história.


Casa de La Independência

Continuando o passeio, mais uma parada no prédio chamado Cabildo, que já foi sede dos poderes administrativo e judiciário. Hoje, abriga o Centro Cultural da República, com exposições sobre a história do país.



Cabildo

Ao lado direito do Cabildo, a Catedral de Nuestra Señora de Asunción, finalizada em 1860.



Interior da Catedral

Ao lado esquerdo do Cabildo, o Palácio de Los López, sede do Governo Paraguaio. Construído em 1857 por Solano López, pra mim é o prédio mais bonito  de Assunção. Pena que não podemos entrar....


Palacio Los Lopez

Em frente ao Palácio, com o portão de entrada pela rua lateral, o Centro Cultural Manzana de La Rivera, um conjunto de casas da época colonial,  é local de exposições. Ao fundo tem um café com a vista privilegiada para o bonito Palacio Los López  (pena que a fiação elétrica da rua fica bem em frente...).

Na parte de trás do palácio, o letreiro de Assunção, local perfeito para fotos e o calçadão da Costanera que se estende por toda a Baía de Assunção, formada pelo Rio Paraguai. Vale o passeio mas não existem maiores atrativos, como quiosques, bares ou parques. Só o calçadão mesmo.



Baía de Assunção



Saindo um pouquinho do centro histórico, para quem não pode perder um mercado (como eu), o Mercado 4 é imenso, com pequenos quiosques com tuuudo que você possa imaginar, do eletrônico às roupas, comidas, flores, ervas..... Confesso que não me interessei por preços, embora saiba que Assunção não é zona franca como Ciudad Del Este.

E esse foi meu roteiro turístico. Como fiquei 4 dias em Assunção, caminhei bastante mas me concentrei sempre no centro. A cidade é considerada segura. Disseram-me que eu poderia andar sem problema e assim o fiz embora não tenha saído à noite. Senti-me sempre segura.

No domingo, o centro histórico fica meio deserto. Em compensação, no sábado, tive a sorte de estar por lá justamente na hora que estava acontecendo um desfile com grupos típicos, tanto do Paraguai quanto da Bolívia, com suas roupas coloridas e música animada.






O país tem muita história pra contar. Depois da Guerra do Paraguai enfrentou a Bolívia na Guerra do Chaco, em 1932/1935. Também juntamente com a Bolívia é o único país da América do Sul que não tem saída para o mar e, até onde eu saiba, o único que possui duas línguas oficiais, o espanhol e o guarani, a língua nativa, mesmo nome de sua moeda. A língua indígena é até mais falada que a língua do colonizador e é com ela que a comunicação informal é realizada.


Os Guaranis
Já do avião, no letreiro do aeroporto, dá pra ver as boas vindas dadas aos que desembarcam, em espanhol e em guarani. Legal terem conseguido preservar sua língua nativa. Hoje ela é ensinada nas escolas e, mesmo na capital, as pessoas a usam normalmente. Hora estão falando em espanhol entre si, hora  em guarani (que não dá pra entender uma única palavra!). Porém, relaxe! Os paraguaios são bem simpáticos ao serem questionados sobre qualquer informação turística e arriscam até mesmo algumas palavras em português para tentar ajudar.


Boas vindas em espanhol e em guarani


Dicas para quem vai:


Hotel: se você for pra turistar, a recomendação é que fique no centro, o mais próximo possível do Panteón Nacional de lós Heroes ao redor dos pontos turísticos da cidade, evitando a necessidade de uso de transporte.

Câmbio: a moeda local é o guarani (Gs) mas eles aceitam o dólar. Porém, em coisas de pouco valor, tem que ser com o guarani mesmo. Portanto, se você for pegar ônibus no aeroporto, troque logo alguns reais, mas não o faça na casa de câmbio que tem ainda dentro do desembarque (valor muito baixo). Já no saguão do aeroporto, procure pela casa de câmbio Chaco . A cotação é quase igual a do centro da cidade, onde você também pode procurar a mesma casa, que é a mais conhecida.

Saindo do Aeroporto: o aeroporto na verdade fica na cidade vizinha, chamada Luque, a uns 13km do centro de Assunção. O táxi cobra U$ 20 para o centro (sim, eles aceitam em dólar, real ou guarani).

Já o ônibus (logo ao sair do aeroporto, a parada fica a uns 100m de caminhada à direita) é bem mais barato: o normal, 2200 guaranis e o com ar condicionado, 3600 guaranis, o que, no câmbio de 2018 dava R$ 1,60, R$ 2,60 respectivamente. O ônibus que se pega para ir para o centro de Assunção é o de No 30, mas é bom se certificar com o motorista, que eu não achei lá muito simpáticos e disponíveis para dar informações..... A dica é baixar o mapa da cidade no Google Maps com antecedência, ir acompanhando o trajeto feito e descer quando estiver perto do seu hotel, no centro. Foi o que eu fiz na ida e na volta. E deu certo!

Comidas: além da Sopa Paraguaia, comi o Pastel Madi’o, feito com massa de mandioca e recheado com carne, e a chipa, parecida com o nosso pão de queijo. Fiquei em débito com o Mbeju, bolo feito de farinha e queijo e o Vori Vori, caldo com bolinhos de fubá dentro. A cerveja mais consumida é a Pilsen mas o que se bebe em toda esquina é o tererê, um chá servido em garrafas térmicas que eles carregam pra cima e pra baixo. Nas ruas tem banquinhas com gente vendendo. Basta o freguês encostar com sua garrafa e enchê-la.


Restaurantes: o já citado Lido Bar e no centro também, o Bolsi, com ambiente interno e externo e um cardápio variado, inclusive com vários pratos típicos e uma boa carta de cervejas. Outro famoso e tradicional restaurante é o San Roque, o mais antigo da cidade, a 1km do centro, embora eu tenha gostado mais do Bolsi. O Ña Eustaquia (no centro e também no shopping) foi-me recomendado pela dona do hotel para provar pratos típicos, mas acabei não indo.

Artesanato: não gostei do artesanato no Mercado 4. O das pracinhas ao redor do Panteón é de melhor qualidade e mais bonito. Na calçada da rua Palma também existem barraquinhas e índias vendendo bolsas coloridas, pulseiras, cintos.

Veja também sobre o Paraguai: Maratona Internacional de Assunção - MIA 2018





 


Mais fotos:


Ônibus saindo do aeroporto



Panteon



Interior do Panteon




Bar Lido


Praça ao lado do Panteon



Fazendo artesanato


Banquinha vendendo tererê


Feira de artesanato no centro








Rua Palma

Antiga estação ferroviária (Estacion Ferrocarril)





El Cabildo



Torre da Catedral

Interior da Catedral

Costanera à noite


Baía de Assunção


Palácio



Interior da Casa da Independência


Pastel Madi'o

Desfile folclórico










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