![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWmk-tHjVZAkv2GkFYK0Cop6K8lIhdEVb_tI1TTI95RBruW0LszcG9iNVU6_wYL4Lq89N-YhBEP8sj4pPnQKik8WnBMQacR1kKumRFLunlJuCBx6_eKyOJRMEqD6POKCZc4JpSZQIcqwHP/s640/20181230_105805+%2528Medium%2529.jpg) |
"A vida começa depois do café!" |
Além de praia e sertão,
nosso Ceará também tem regiões de serra, com temperaturas amenas e o Maciço de
Baturité, pertinho de Fortaleza (menos de 100 km) é para onde muitos vão em busca de um
climazinho frio, de festivais culturais e da ainda pouco conhecida Rota Verde
do Café.
Essa região, que no começo era
habitada por indígenas, abriga a maior área de proteção ambiental do Ceará contemplando
os municípios de Baturité, Mulungu, Guaramiranga, Pacoti, Aratuba, Palmácia, Capistrano e Redenção e lá pelo século XIX começou a atrair fazendeiros dos sertões de Quixadá, Canindé e
Quixeramobim, que ali vislumbraram um local de “fuga” para quando a seca apertasse.
Muitos por lá se estabeleceram, principalmente durante a seca de 1845. Nessa
época, o café já havia chegado na serra (desde 1824) e roças
foram abertas e sítios foram erguidos. O café da região prosperou e chegou a
representar 2% do café produzido no Brasil. .
Foi o café o responsável pela
construção da primeira estrada de ferro do Ceará, ligando Baturité ao porto de
Fortaleza, feita principalmente para escoar a produção dos grãos.
100% Arábico e conhecido como “café
sombreado”, pelo fato de crescer à sombra de outras árvores, principalmente da
Ingazeira, era famoso pelo sabor e aroma, ficando conhecido na Europa pela excelente qualidade.
O Ciclo do Café terminou no
Brasil e na Serra de Baturité por volta de 1930 mas o SEBRAE, juntamente com
alguns dos antigos sítios produtores da região, criou a Rota Verde do
Café em 2015.
Farei a sugestão de um roteiro que, apertado, pode ser feito em dois dias, passando por todo o circuito.
A visita pode ser
iniciada na cidade de Baturité (175m altitude), com uma parada para conhecer a
antiga estação ferroviária, inaugurada em 1882 e hoje transformada em museu com
peças e mobiliário da época, além da antiga Maria Fumaça, e no Mosteiro dos Jesuítas, um prédio imponente,
datado de 1927, com parte da estrutura rebocada e outra parte com tijolos
aparentes, o que dá uma visão ainda mais impressionante para a construção. Do mosteiro,
uma bela vista da serra.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9APZ3M8Dklk2d0m48PmS5LkRW4I8hpbnIQAlwNvCDeLmowwOBSdpV9Zj1e6UrQcjccndcsRVAle7__WGYA0Y1C_aNI5dRDVp5kBx9o991VvSCrTtCzliWHZleSwFXOs2cZAbDx5asp_zm/s640/20190105_110135+%2528Medium%2529.jpg) |
Museu Estação Ferroviária |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgATxnNG6g4sCsRepyg9IhC8LVx-phNCGZaG4i3PjZzQ3QBDrOYhJCY-gplOiBxLHFyJOAUarklxTBTzjCyrfywzzwefsOMxecLVg2p4vQ4L1ZnWVw2SeJ4ENCvxka-rBHJBB-QXfLJK06T/s640/20190105_105948+%2528Medium%2529.jpg) |
A antiga Maria Fumaça |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP1hRX0rjIJb_d5YCaVYnAcGV4Ahi7oIrx_tDXOuxWuIoB_SQyBRxdfbdtrX5sYmRzv7tbOOyV5XsWsq6eKmBSc32B6JFGMN8knkiq-K6-BR86j56zRcIC7_q4ojZOCv9jZwPAy1jwMry5/s640/20190105_104827+%2528Medium%2529.jpg) |
Placa da inauguração da estação, de 1882 |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEPFAWbygK7KHwmx3Tk8GxNLPzALayH7XlCiJPsesA89alSPsbi9RlD8zMTpWcUyIS6Gd3WrzYXuIJJxd8K8jsIgTnAxUEzZWzsInnhooOF9UvKyF7mq5j9YLKGCHbpYeuyW6xGzKEInni/s640/20190105_114225+%2528Medium%2529.jpg) |
Mosteiro dos Jesuítas |
Nessa primeira parada pode-se comprar
o café feito na Fazenda Caridade, o Café do Mosteiro, doces e rapadura.
Hora de retomar a estrada seguindo para Guaramiranga e, 13km depois de Baturité, virar à esquerda em direção à cidade de
Mulungu (790m). Logo no começo da cidade, pequenas placas indicam o Sítio São
Roque, que fica à direita da estrada principal, em uma estradinha de calçamento
que se estende por 2km até o sítio criado em 1913 pelo casal Alfredo e Amélia
e, posteriormente sendo assumido pelo seu filho caçula, Gerardo Farias. Seu
Gerardo, até pouco tempo era quem fazia a visita guiada pela propriedade mas
veio a falecer com mais de 90 anos, em 2018.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5_aHeq1ProsE-F4unan3ncuchxkzNoggbsypSvo1QBXbFjWmk05Kz4Ch0lqOV_P-Z-eTAe4t-09W_DggnM9u-kySzZi7k9H6dZ68MO2OCs1eeV_Bam75H0BYsOqqZl9VcX8nE4UXX8Paq/s640/20190106_141107+%2528Medium%2529.jpg) |
Sítio São Roque com a capelinha ao fundo |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6orkIwEn7w5I_OvqdDWyXpePwhDyzJ1tIbMuS1TvYQo7gNk7OD0v2_XfImn-GoOn2t-Dtw_Jy8PJ3VNKbx9ycDV1CZEdt31hrob-8eyLD0sovfu0l-sj0Lqx6GHQ0XFxzVN14uNzzp3Od/s640/20190106_130533+%2528Medium%2529.jpg) |
O Casarão |
Fomos recebido pela Aninha
que fez toda uma explicação sobre a criação do sítio, sobre o café, nos levou
para conhecer o casarão e no final, para provarmos dos dois tipos de café produzido
ali, o café Alfredo e o café Amélia, batizados assim em homenagem aos patriarcas e fundadores do sítio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVfAtJvCfPUyRS9W_-PE8nDWWDHWWDfXNPho9VGM-yeiTf3a4RwP7aHfm6rJtD6eT__h5pKDop1VFhwYhT4ZkxtVbtil4HD3DjjcMyN6DAMeehvtJiRfGQNjSDfMYLmAXKdZILxGoGqmFz/s640/20190106_121907+%2528Medium%2529.jpg) |
Explicações pela Aninha |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhf_noNIGKrAPhyphenhyphenr2j4kRqIB3kO_X4lW3XA89D2dFxP8v-9TARW4JrEXTlJLxpUcvhEdBjKfoxJVlfb56Ppk2ToGhkaE8YZ5fXsOFeDDa648Ccg3ksQ77C2SnNIvq9mntlXmwfK6PR2Mmh3/s640/20190106_125952+%2528Medium%2529.jpg) |
Aprendendo a colher café |
Depois do São Roque, hora de
pegar a estrada de volta para se acomodar em Guaramiranga (865m), o menor município
do Ceará e o mais procurado na serra para aproveitar a noite
passeando pela cidade e suas inúmeras opções de bares, restaurantes, pizzarias,
curtindo o clima que, nessa noite de verão era 18oC, mas que nos meses de julho/agosto, pode chegar a 12oC.
No dia seguinte, dando
continuidade à Rota, o Sítio Águas Finas (de 1939), a menos de 2km de
Guaramiranga é de propriedade da família Uchôa e produtora do café de mesmo
nome. Lá eles fazem uma trilha explicativa de 1,5km que demora por volta de 1 hora e meia.
A trilha sai em horários determinados e no final tem a degustação do café (embora tenha ido no sítio, devido ao tempo, foi o único passeio da Rota que não fiz).
Retornando para Guará em
direção a Pernambuquinho vislumbra-se facilmente na beira da estrada a casa branca da Fazenda
Floresta, de propriedade de Seu João
Caracas e Dona Eunice, por quem fomos muito bem recebidos.
Dona Eunice foi quem fez a
explicação dos maquinários da propriedade, de como é feito o café, nos levou ao
pequeno engenho onde fabricam rapadura, açúcar mascavo e onde Seu João fabrica
a sua aguardente de banana, além de nos mostrar a casa onde moram e que data de
1873.
Ao final, parada na lojinha
para provar a aguardente e os licores feitos por D. Eunice. A conversa estava
tão boa que esqueci de perguntar pela prova do café É Jóia (fabricado por eles)
..... Fica pra próxima vez.
Saindo da Fazenda Floresta,
pegar a estrada para Pacoti e fazer a visita ao último sítio da Rota, o belo
Sítio São Luís, construído entre 1870/1880, com seu casarão branco e interior
muito bem preservado com móveis da época, fogão à lenha.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLMbxDpKlot07SBPTksQG3vhDK1UHGKOkVfvqeHyPh5WImpQRRI42xasAeQ0pblLyMV2YNnp6SRoqMd2Zt4REGSW5JKBmLan_gSEbtpX1_9PpAM3Mw6r7eck3fEy-5M7ryJozIIMoTjiF1/s640/20181230_123210+%2528Medium%2529.jpg) |
Hora do café |
Lá, o visitante tem a opção de
fazer uma visita guiada (em dias e horas determinadas) ou simplesmente conhecer
o casarão tomando um cafezinho (infelizmente um café industrializado...) com uma pequena degustação do pão e bolo
caseiros. A novidade recente do sítio é a reconstrução do
engenho.
E já que estamos em Pacoti,
a menos de 5km, uma paradinha para apreciar a vista do Pico Alto, 2º ponto mais
alto do Ceará (1114m). Lindo!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsOZ9HiiSczLuumj_AcHjnB58J2mUn-hb9RNhiIhxFEAK7JxmKIvLHbsT7jcU8fpgev2BXarn2pJuByDm-LxU3yBwrMiavhQRx3MmJhupBa-1d11jy5vGlL7xQr4_oXJiaQYGorCcqn9jI/s640/20181230_094217+%2528Medium%2529.jpg) |
Vista do Pico Alto |
A Rota do Café é uma imersão
nas histórias do ciclo do café naquela região. Cada sítio ou fazenda tem sua
peculiaridade. Visitas guiadas, trilha no cafezal, lojinhas com produtos
regionais e muitas conversas regadas à café. Valeu à pena cada parada!
Dicas
para quem vai:
Hotel: em
Guaramiranga existem diversas opções. Para quem vai curtir a noite, o melhor
mesmo é ficar no centro. Hotel Montenegro, Pousada Manjericão, são algumas das boas
opções e, na alta estação, é obrigatório fazer reserva com antecedência. Como
eu não fiz, acabei ficando na Cedros Pousada, um casarão antigo, mas com
quartos básicos, bom atendimento e café da manhã sortido. Vizinho, tem também a
Pousada da Josy.
O Eco Hotel Vale das Nuvens,
todo construído de material reciclável, fica a 3km do centro da cidade (2 dos
quais de calçamento) e é excelente opção para quem procura sossego, uma bela
vista e ainda conta com a atração extra do avião xavante que faz parte de um
pequeno museu dedicado à EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), da qual
fez parte o proprietário do hotel, Joaquim Caracas.
Restaurante: em Pacoti,
almocei por duas vezes no restaurante Mineiro. Boa comida e porções muito bem
servidas.
Em Guaramiranga, a Pizzaria
Cogumelos. Massa fininha, pizza muito boa.
Sítio São Roque: visita
guiada com degustação de bolo e doce de banana, biscoito e os 2 tipos de café
do sítio: R$ 20,00.
Sítio São Luís: visita
guiada com degustação ao final: R$ 35,00. Somente a entrada no casarão com uma
degustação menor: R$ 10,00, e com café completo: R$ 25,00.
Fazenda Floresta: Visita
pela própria propriedade com as explicações: R$ 10,00
Sítio Águas Finas: trilha guiada com degustação: R$ 30,00
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaGsU9cO1U8gB6Peb62SPJRYOM1L3glEhALwYvyg_HZtNjKHyVg0bVqGfEaz7Mr3G5PtiBjPLXKQC3XT1fEyvjUORLf9jB6Ey7gyaH4RiVKrJYTcuXtmclKh5MMfwbC6dEmmIkCAcaDdet/s640/20190106_141256+%2528Medium%2529.jpg) |
A 1a casa |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOHZz7qfZ_yu72IJMZCmTYk5LG6dMsiBthomrbOWoVjFHhuTHK6GUW71yULbBL6kJ_FG7rsDMS6cs4R3e91ph7zxIBIMPgYEijFakRQf04InWkDNK2c3ndwTZsPc1dlMWy7i_kvNn6YJl-/s640/20190106_140042+%2528Medium%2529.jpg) |
Café Alfredo e Café Amélia |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1sgoqxZChfWTIoW8NiNHp1rfEBenWrgDFFHu9KGHEjdi7dFsM0fTDnKDuSSLiX3Ha_iMEx9HebEFSgGRWSnYLpXTD66pm1ZwNBTo7489YSCiNOwA-uowoPSqGuZq77tG_dAoSkBPs-Z15/s640/20190106_140550+%2528Medium%2529.jpg) |
A lojinha e sala para degustação |
Guaramiranga
4 comentários:
Primeiro passeio turistico da Lia, que tomou mais café que cevada...kkkk.. excelente e detalhado Post.. show.
Régis
Adorei tanto deste teu post, que o publiquei na minha página. Fiquei com vontade de fazer este roteiro. Obrigada por postar.
Sandra
Massa Lia Campos, sobre sempre inovando nas rotas e nos posts! Adorei, tô na cola dessas dicas.....
Marinês
excelente depoimento. Obg!
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