domingo, 26 de fevereiro de 2012

Europa 2009 - II - Alemanha, Austria e República Tcheca

Foi a hora de deixarmos a Itália e seguirmos rumo à Alemanha.
 Eu nunca havia estado na Alemanha e começar a conhecer aquele país por Munique foi uma agradável surpresa. Apesar de chegarmos em Munique num dia frio e meio chuvoso, o sol apareceu nos dias seguintes e a cidade mostrou-se alegre, jovial, com seus inúmeros "biergarten" onde sempre havia muita gente com aqueles copões de chope de 1/2 litro e 1 litro. Nada de copos pequenos.


   No mercado de Munique com duas especialidades alemãs: cerveja e salsichão (wrust)





Paradinha básica pra um chope em um biergarten



   Ruas de Munique - sempre muitos músicos pelas ruas


Em Munique existe cerveja pra todos os gostos. E como bebem! Entramos no clima dos chopes, pois não queríamos destoar da população local, claro! E foram vários, sempre acompanhados do famoso salsichão, seja no mercado municipal da cidade - Viktualien Market-,  na Marienplatz, praça central em frente à prefeitura ou no Englisher Garten, o maior parque urbano do mundo, que, com um sol atípico num final de semana em maio, encontramos lotado de gente tomando sol, alguns inclusive do jeitinho que vieram ao mundo. Tudo muito natural na Alemanha.


   Domingo de sol no Englisher Garten

No Englisher Garten tem até um local com ondas artificiais que construíram usando o rio Isar (afluente do Danúbio), que naquele domingo estava cheio de surfistas.


 

   Biergarten do parque- olha a fila pra cerveja!

Assim como na França, que ao se chegar em um restaurante pede-se o vinho da casa, em Munique pede-se a cerveja da casa, tamanha a quantidade de cervejarias e variedade de cervejas. São 900 bares  e cervejarias, além de 80 biergarten (cervejarias ao ar livre).
A cervejaria mais famosa é a Hofbräuhaus, fundada em 1589, onde aconteceu a 1a. convenção do partido nazista. É um local muito turístico, com uma banda típica de alemães caracterizados tocando, mas também tem a população local, sempre empunhando seus canecos de 1 litro. É legal ficar observando a incrível habilidade e força das garçonetes, com cinco caneções em cada mão, correndo de um lado pro outro servindo os sedentos clientes.


                        Interior da Hofbräuhaus


   Copões de 1 litro na cervejaria mais famosa da Alemanha. Haja "muque"!

Pertinho de Munique, eu e Del (a Lena não quis ir por achar um programa "triste" e "pesado"), fomos visitar Dachau, onde foi construído, em 1933, o primeiro campo de concentração nazista. Eu, que sempre me interessei muito pela história do holocausto, da 2a. Guerra Mundial e que já havia lido livros sobre Hitler e essa época, não perderia a oportunidade.
200 mil pessoas foram presas em Dachau e 31951 foram mortas. Em maio de 1945 o campo foi libertado pelas tropas aliadas e foi posteriormente transformado em memorial.
Trata-se realmente de um passeio sombrio e a sensação que eu tive ao transitar no interior dos dormitórios dos presos, ver os fornos crematórios e, principalmente ao entrar no pequeno compartimento em que milhares entraram pensando que iriam tomar banho, quando na verdade o que saía das torneiras era gás que os matava, foi no mínimo desconfortante e estranha.
Além das dependências do campo, reconstruídas conforme as originais, existe um museu com vários documentos, fotos, objetos, roupas usadas pelos presos. Incrível experiência. 







   Campo de concentração Dachau




   Os fornos crematórios antigos




                  Dentro da câmara de gás

Pertinho também de Munique existe a cidade de Fussen e nela um castelo magnífico - Neuschwanstein - que dizem, inspirou Disney para construir o  castelo de seu parque (o castelo da Cinderela).

Construído a partir de 1869 por Ludwig, conhecido como O Rei Louco da Baviera, tanto o castelo é lindíssimo, quanto a própria paisagem que o abriga, com vales, rios, montanhas. Não é à toa que essa região faz parte da "Rota Romântica" da Alemanha.


   Fussen e o castelo Neuschwanstein

Depois de passar por Munique, com toda sua alegria e todos aqueles chopes, Viena, na Áustria, mesmo com tantos castelos e prédios deslumbrantes, me pareceu meio fria. No lugar de ver as pessoas nos bares e pelas ruas conversando animadamente  com seus canecos,  vi muita gente tomando café ou comendo doces. Quanta diferença!
Mas claro que é uma bela cidade e o castelo de Schonbrunn, o castelo da famosa imperatriz Sissi, um dos mais bonitos.


   Doces vienenses



   O castelo da imperatriz Sissi
De lá seguimos para Cesky Kumlov uma cidade da República Tcheca, com arquitetura toda medieval e  tombada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade.


    Vista de Cesky Kumlov

Cidade que fomos visitar por sugestão da Lena e que, logo ao chegarmos, teve seu momento de vingança sobre mim e Del. Explico: Lena queria fazer essa viagem no estilo mochileira. Para isso comprou uma autêntica mochila de viagem, um daqueles mochilões enormes. Eu e Del fomos conservadores e levamos nossas malas de rodinhas. Durante toda a viagem o Del ria da Lena fazendo força pra carregar aquela mochila quase do tamanho dela nas costas, enquanto nós puxávamos nossas malas sem esforço. Em Cesky Kumlov as ruas eram todas de paralelepípedo e nós tivemos que caminhar bastante para chegarmos ao albergue: a Lena toda contente com sua mochila nas costas e eu e Del embaraçados com nossas malas sobre a cabeça! 


   Lena e sua folclórica mochila

   Essa foto a Lena tirou para mostrar como os verdadeiros viajantes (mesmo os de cabelo bem branquinho) viajam pela Europa: com seus mochilões, claro!

Mas valeu demais!
Devido um erro de datas, ao chegarmos no albergue aparentemente super maneiro que a Lena tinha reservado, decobriu-se que ela tinha feito a reserva somente pro dia seguinte e que não havia vagas naquele momento. A dona nos indicou um outro albergue e lá fomos nós com as malas na cabeça. Ao chegarmos, só tinham quarto misto. Sem problema. Nem eu nem Del queríamos mais procurar por nada!
A cidade é uma graça e no final da noite, andando sem rumo pelas ruas, descobrimos um barzinho onde havia um grupo de checos tocando. Não era um local turístico (acho que estavam ensaiando) e eles nos olharam meio atravessado quando entramos, mas foi uma agradável noite no meio daquela gente, sem entendermos uma palavra sequer. 


                                  O som muito louco dos checos

Ah! Foi lá também onde tive minha melhor comida. Sempre que chego num local, procuro saber quais as comidas típicas para prová-las. Não tenho a mínima ideia do que comi em Cesky Kumlov, mas lembro bem que era uma delícia! 
A partir desse ponto, o trio separou-se. Lena e Del foram passar uns dias na Polônia, enquanto eu voltei sozinha pra Alemanha, mais precisamente pra cidade de Regensburg, onde fui correr minha prova de 10km. 

Albergues:
Munique: Euro Youth Hotel - Senefelder Str.5
Viena: Wombats City Hostel Vienna - The Lounge - Mariahilfer Strasse 137

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