sexta-feira, 9 de março de 2012

Europa 2009 IV - Praga e Dresden



Peguei meu trem em Regensburg e segui para Praga. Quando o trem entra na República Tcheca, é interessante notar a diferença na paisagem. As cidades começam a ficar mais pobres, as casinhas pequenas e modestas. Em um determinado momento paramos e trocamos de trem. Grande diferença também entre os trens. Entramos em um que mais parecia uma Maria Fumaça. Pequenininho e com bancos de madeira. A maquinista era uma mulher toda uniformizada, de quepe que lembrava aqueles soldados comunistas. Os passageiros pareciam pessoas locais que estavam em trânsito. Sentei no meu canto e fiquei observando a paisagem e um homem com a família, levando bronca da mulher por estar alcoolizado e todo o tempo bebendo algo que deveria ser vodka.
De repente o trem para numa estação deserta, parecida com aquelas estações de filme de faroeste. A maquinista aparece no nosso vagão, fala um bocado de coisa e todos começam a descer do trem. Ah meu Deus! Parece que minha odisséia que tinha começado nesse dia, com a corrida,  iria continuar...
Fazer o quê?! Mais uma vez sem entender uma única palavra (agora em theco!), acompanhei todos e também desci do trem, deixando minha bagagem. Como todos, sentei pelos bancos da estação e fiquei atenta ao que estava acontecendo.
De vez em quando saía um homem de dentro da estação, gritava pra maquinista um bocado de coisa, como que brigando, ela gritava de volta mais alto ainda e voltava pro trem. ?????
Continuei na minha até que, depois de uma meia hora a mulher começou a falar pros passageiros e todos começaram a voltar pro trem. Fui atrás.
A viagem recomeçou e paramos em outra estação, de novo no meio do nada pra trocarmos de trem. Fim do dia, escurecendo e, surpresa: com a parada e o atraso, meu trem pra Praga já tinha partido! Esperei o próximo e acabei por chegar em Praga tarde da noite, estação sombria, com mendigos e bêbados. Fui procurar comprar meu bilhete de metrô, mas a bilheteria já estava fechada e nos caixas automáticos a explicação era em tcheco! Fiquei parada em frente ao caixa, olhando, tentando entender algo, quando um homem se aproximou de mim. Não falava inglês, mas conseguiu entender pra onde eu ia e me explicou qual metrô tomar. A bandida da máquina engoliu minha única moeda. O homem, meu anjo, então pagou minha passagem e pude pegar o metrô pra ir pro albergue.
Mas esse dia não tinha acabado.... Saí da estação e simplesmente não consegui localizar o tal do albergue. Fiquei rodando com minha mala pelas ruas desertas. De vez em quando passava alguém bêbado por mim (lugar pra ter bêbado!). Felizmente eu não estava no Brasil. Uma americana perdida se aproximou de mim, procurando pelo hotel dela. Ficamos as duas dando voltas, até que nos separamos e, já depois de meia noite, encontrei a “praga” do albergue numa ruela escondida.
No quarto, Lena e Del estavam dormindo e me disseram pra eu ligar pra minha mãe, que àquela altura já sabia que eu não tinha chegado e estava preocupada. Depois de tranqüilizá-la, pude finalmente dormir. Que dia!

Dia seguinte, Del e Lena partiram cedo pra Polônia e eu fui conhecer a cidade sozinha.
Com o fim do comunismo, Praga encheu-se de turista. É até engraçado ficar observando os inúmeros grupos de pessoas, sempre com guias pela cidade. Acho que pela dificuldade da língua, apesar de todos se virarem em inglês, as pessoas fazem os passeios guiados. E que língua a deles! Não dá pra identificarmos uma única palavra (pra escolher comida no cardápio, dá vontade de chorar!) e mesmo os nomes dos pontos turísticos são difíceis de serem pronunciados e decorados:
Prasna brana
Cozi pred Tynem
Chram Matky
Engraçado, mas ao mesmo tempo a multidão tira um pouco do brilho local, pois às vezes as ruas ficam muito cheias.
A cidade de Franz Kafka, como quase todas as cidades europeias, é para se conhecer a pé. 


Ruas de Praga

Passear por suas ruas estreitas, atravessar o rio Moldava pela ponte de pedestre Carlos (que une os dois lados da cidade), onde existem vários artesãos vendendo suas gravuras e músicos.



Ponte Carlos
Músicos na Ponte Carlos
 Não é à toa que Praga é conhecida como “Pérola do Oriente”. A cidade é linda e eu caminhei o dia todo, só chegando ao albergue à noite, exausta.


Igreja N. Sra. de Tyn
Relógio da Prefeitura, onde a cada hora uma pequena multidão se junta para ver seus bonecos dos apóstolos se movendo
Meu lanche: "trdlo", um pão doce vendido nas ruas, com a cerveja local

Na manhã seguinte passei mais ainda pelas ruas de Praga e à tarde tomei um trem para conhecer Dresden, na Alemanha, que entrou no meu roteiro por indicação de uma amiga que disse ser a cidade uma pequena Paris. E é mesmo. Possui muitos prédios e igrejas bonitas.
Da estação, caminhei cerca de meia hora puxando minha mala pra chegar no albergue. Quando cheguei ainda tive que subir 3 andares de escada com a mala. Começou a chover, mas nem achei ruim, pois o quarto era aconchegante, só pra mim e fiquei curtindo aquele luxo. Somente no dia seguinte fui conhecer a cidade


Dresden
Às margens do rio Elba, Dresden foi duramente bombardeada na 2ª. Guerra Mundial, em 1945, e cerca de 35 mil pessoas morreram. Depois da guerra a cidade ficou no lado comunista da Alemanha.


A igreja de  Frauenkirche foi quase completamente destruída pelos bombardeios e posteriormente reconstruída como símbolo de reconciliação 




Mural de porcelana que conta a história da Saxônia



Albergues:

Praga:
 Miss Sophie’s Hostel  (Melounova 3)

Dresden -
 Hostel Lollis Homestay (Görlitzer Str. 34)


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